top of page

Um mundo que não acabe em plástico

  • Foto do escritor: Ricardo Daumas
    Ricardo Daumas
  • 23 de jan. de 2020
  • 3 min de leitura

ree

Muito se fala, muita se grita, muito se esperneia nas redes sociais, mas as atitudes efetivas para reverter o processo de degradação do planeta e nas nossas rotinas, e nós podemos fazer a diferença, com mais atitude, e menos “likes”.


Ricardo Daumas – sócio diretor da Solu9.com



O mundo está mudando, pra melhor acredite, mas a um custo muito alto. O planeta que um dia nós imaginamos infinito está dando sinais de esgotamento físico e nervoso, ainda que alguns tentem ignorar isso. A população aumenta, vive mais, e em consequência ocupa mais espaço, demanda de mais consumo de tudo e deixa um rastro de destruição no exercício desta vida longa e, espera-se, próspera. É uma equação simples e cruel. Do jeito que nós aprendemos, consumir mais é um benefício pela conquista da civilidade, e produzir para atender a essa demanda torna-se um direito legítimo. É incontestável.

O problema está na forma, na proporção e no local. A forma é o processo consciente, a proporção é o consumo responsável, e o local é aqui, nos grandes centros, imensos polos de consumo, desperdício de recursos e produção de dejetos. As florestas longínquas (um dia elas foram aqui também..), e os rios piscosos de água cristalina não foram poluídos e devastados pela ação de algum ser malvado que deliberadamente tacou fogo e esgoto pelo simples prazer de fazê-lo. O mar com ameaçadoras ilhas de plástico e peixes recheados com bitucas de cigarro, os picos gelados dos montes derretendo a olhos vistos e as populações escravizadas em fábricas e campos do outro lado do planeta não são fruto de ficção, um ser malévolo tentando destruir o planeta. Não. Eles são produzidos pelos nossos hábitos diários, pelas nossas embalagens bonitas, nosso lixo, nosso consumo excessivo, nossa comodidade, nossos desejos e, claro, necessidades. Nós temos que repensar isso, e não precisamos esperar o mundo acabar. Recomendo.


O QUE ESPERAR DE DAVOS?


Esta semana as atenções do mundo estarão voltadas para Davos, onde ocorre mais uma edição do Fórum Econômico Mundial. As vedetes são líderes de estado, ativistas, progressistas, visionários. Pessoas clamam por justiça e leis, mãos firmes, gestos vigorosos, mensagens vibrantes, e muita “atitude”, seja lá o que isso possa produzir. Honestamente, gostaria de ver mais que isso.


Em minha mui humilde opinião a mudança passa por três fatores bem simples de entender: CONSUMO, COMPORTAMENTO E PRODUÇÃO. Consumir o necessário, comportamento consciente dos impactos de seus hábitos, e produção responsável, comprometida com a economia de recursos em toda a sua cadeia de vida (da concepção ao descarte). Cada árvore derrubada tem a ver com o que você põe no seu prato. Cada litro de água poluída tem o vestígio do seu consumo. Cada pessoa escravizada dormindo num galpão escuro tem nos seus sonhos o desejo da sua qualidade de vida e, ironicamente, é vítima dela.


Não se entristeça, a mudança é possível, te inclui e tem muita gente boa trabalhando nisso. Muita gente. Não sei se vai haver espaço em Davos para elas contarem as coisas boas que estão fazendo, provavelmente vão ser ofuscadas por gente “de atitude” fazendo caras feias e enfiando o dedo na boca de alguém, ditando regras e verdades inconvenientes. Que o façam, tem lá seu papel, mas que abram espaço para quem pode mostrar soluções, e inspirar as pessoas a começarem a mudar seus hábitos, e consumir com consciência. É isso que vai mudar o mundo, esse é o elemento de ativação da mudança. Que motivem empresas a pensar em novos formatos, que continuem a prosperar de um jeito mais responsável e participativo. Isso é muito importante. Um cidadão consciente pode poupar a natureza de meia dúzia de sacolas e garrafas plásticas, mas uma empresa responsável pode salvar um Rio, uma cidade, uma geração. Governos? bom, governos governam, fazer o quê....tomara que o façam com igual consciência, mas melhor não contar com isso..


Participem e divulguem. Há várias iniciativas boas e simples, como essa que está no link abaixo (com todos os créditos para os autores...). Uma mudança simples, um shampoo sem embalagem alguma, uma barra sólida. Parece estranho, mas se proporcionar o mesmo exemplo, qual é o problema? Já imaginaram o impacto?


A mudança é nossa. Nós somos o universo que queremos. Se entendermos isso nosso jeito de viver vai mudar sem dor, vamos criar novos valores, e compartilhá-los, naturalmente. Aposte nisso.


Boa semana pessoal! Davos acaba já, mas o ano já começou, e a vida continua...

Um abraço

Ricardo Daumas – sócio diretor da Solu9.com



 
 
 

Comentários


bottom of page