top of page
  • Foto do escritorRicardo Daumas

IA, ESG, Metaverso. Quem passa e quem cai em 2024

“...Eu vejo um futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades. O tempo não para...” (Cazuza)

Ricardo Daumas, sócio-diretor da SOLU9.com

 


O ano já começou, o carnaval já chegou, e aquela sensação de que tudo vai se renovar já passou, pois nossos desafios continuam os mesmos, pessoais e profissionais: mais e melhores clientes, mais produtividade, melhor comunicação, melhores processos, colaboradores, parceiros e, se Zeus ajudar, menos problemas, e uma vida pessoal mais feliz (não necessariamente nessa ordem...).


É comum que esses desafios venham acompanhados de questionamentos, e quase uma angústia: “como é que eu vou conseguir dar respostas se as perguntas mudam o tempo todo? A cada dia é uma tecnologia nova, um público novo, uma demanda diferente. Como eu consigo me alinhar com esse futuro tão próximo e tão presente se eu ainda não consegui dar conta do que já tinha pra resolver?”


Calma. Respira e transcende. A resposta parece filosófica, mas é objetiva. O que existe é o presente, um presente dinâmico. O passado que persiste você responde ao que for necessário e útil, descarta as culpas, frustrações, deixa tudo isso para trás. Olhe para o “agora”. O futuro que te interessa é o presente também, aquele que você pode acessar, usar e entender. Fácil né? (ironia, relevem...).


As macrotendências, as ondas e as possibilidades.


Todos os dias nós somos fustigados por estas “novidades”, mas nem tudo é tão avassalador nem tão transformador, nem tão essencial quanto apregoam, e é aqui que nós precisamos conseguir identificar principalmente uma macrotendência, e separar de todo o resto. Divergências de conceito vão ocorrer, mas uma macrotendência tem força própria, promove uma transformação (ou é disruptiva, como gostam...) de maneira quase integral, e universal, pois traz novas visões de solução e elas são boas, aplicáveis, promovem resultados melhores. É como uma força da natureza, o verão, o inverno. Ela inevitavelmente vem, e não há o que fazer além de aprender a conviver, entender o que pode nos ajudar e ou atrapalhar, e atuar nesse cenário. A industrialização (ou a revolução industrial) foi uma macrotendência no passado, depois a robotização da indústria, a expansão dos meios de comunicação e, falando de coisas mais recentes, a digitalização. Assim como o inverno e o verão você pode até ignorar por um tempo, mas a maneira do mundo funcionar vai mudar, e você vai ter que conviver com isso, goste ou não. Vai ter que entender e aderir, ou apostar e se manter num nicho isolado, se conseguir. Experimente pensar em viver sem a internet. Você pode, mas vai se excluir de uma parte imensa do mundo. Vai ser difícil.


A IA (Inteligência Artificial) e o ESG (ou evolução das práticas de sustentabilidade no mundo corporativo), são macrotendências, transformadoras, afirmo sem medo, mas em estágios diferentes de vida. Não são novidade, nós apenas estamos prestando mais atenção nisso.


Num conceito amplo, Inteligência Artificial já está desde muito integrada às nossas vidas. Em tese, todo mecanismo que pensa por você, resolve problemas que você até teria recursos pra resolver, mas demandaria tempo e esforço, é uma ferramenta de inteligência. Para os muito jovens é um conceito natural, pois já faz tempo que eles obtêm respostas e solução de tarefas fazendo perguntas ao google e seus similares. Traduzem textos, buscam respostas complexas e calculam o que for simplesmente usando a voz. Quem viveu mais conheceu isso numa forma mais tosca, quando (por exemplo...) lhe caiu às mãos uma calculadora eletrônica, mas nem se deu conta também, pois foi bom e facilitou a vida. O que nós estamos vivendo é um acesso cada dia mais fácil e mais efetivo à novas soluções, principalmente pelo que chamamos de IA regenerativa, que é exatamente a viabilização dessas ferramentas num estágio mais avançado para o usuário comum. Mecanismos que acessam milhões de dados (pré-existente e disponíveis, detalhe..) para solução de tarefas, principalmente as que realizam análise e seleção orientada, como criar textos com demandas específicas, contratos, prompts de programação, além das ferramentas de criação de imagens, que viraram uma febre, e que, da mesma forma,  partem de referências pré-existentes. Isso para falar das aplicações diretas e demandadas pelo usuário final, e chamado comum. No dia a dia, principalmente nas nossas navegações nas redes sociais, somos 100% orientados e impactados por conteúdos e ofertas muito eficazes operados por mecanismos de IA identificando oportunidades a partir da coleta de comportamentos de navegação e compra. É a evolução das práticas de CRM com a colaboração generosa de todos nós, alimentando um banco e dados cada vez mais universal, e disponível para ser segmentado como se queira. Conclusão, para boa parte de nós, a IA sempre foi parte da vida. Não vai parar, e não é pra se assustar.


Sustentabilidade e ESG


ESG e as práticas de sustentabilidade estão num estágio diferente. O assunto é longo, já escrevi sobre isso e publiquei aqui nesse BLOG algumas vez, e publicarei mais.

É irreversível por um motivo muito simples. Os recursos naturais estão se esgotando, ficando mais caros, e são distribuídos de maneira desigual pelas populações, e isso fica cada vez mais evidente. Não tem saída. Nós vamos ter que usar os recursos do planeta de maneira mais responsável, e distribuir melhor. A boa notícia é que quando um problema se generaliza, toma proporções globais, a soluções passam a ser adotadas com mais naturalidade. Não fica necessariamente mais barato, mas todos passam a precisar usar, e a percepção de valor se nivela. A má notícia é que o estágio de consciência disso entre empresas e a sociedade como um todo, ainda é, na média, muito baixo. Pouco gente sabe o que é importante fazer, então temos dificuldade de discernir entre quem está fazendo o certo e quem está só fazendo um discurso politicamente correto. Nesse caso, a informação e o diálogo são cruciais para a evolução, bem como engajamento de toda a cadeia de produção e, principalmente, a atuação do poder público no apoio e na atualização de legislações efetivas. Estamos no caminho, e as empresas podem ir gradualmente introduzindo práticas e valores sustentáveis que são também produtivos, e serão percebidos como atrativos e competitivos aos consumidores. É bom começar já.


Uma possibilidade promovida


Dois anos atrás só falávamos do Metaverso, e que isso ia mudar as relações de consumo. Não aconteceu, mas não significa que não seja uma funcionalidade importante em vários segmentos.

A ideia também não é nova, e é extensamente aplicada ao mundo dos games, e mesmo em algumas plataformas comerciais. Quem viveu, conheceu o Second Life no início do século, um mundo paralelo e digital onde se vivia, conversava com estranhos, namorava (??), palestrava-se e até vendia-se produtos, serviços em pontos de venda na própria plataforma. Para os padrões de hoje era meio tosco em termos de “graphics”, mas funcionava. Essa é uma solução que se multiplicou em várias outras mais dedicadas e segmentadas, e que pode ser útil em diversas aplicações, mas não em todas. A questão é que a ideia de uma ferramenta avassaladora foi promovida por um grupo Global, inovador, ditador de regras e poderosíssimo, e que até mudou de nome em função disso, passou a se chamar de Meta, e fez muita gente acreditar que seria um novo e inevitável caminho. Não era, não é, provavelmente não será, mas é bacana. Erro do discurso, não do negócio.


Uma evolução natural


A adoção das “novidades”, concluímos, não vai ser pelo apelo das práticas alardeadas como fatais, mas sim pela observação das necessidades de evolução na sua empresa. Se as vendas não vão bem, devo buscar primeiro a origem do problema, e depois as respostas. Excesso de oferta, ineficiência da comunicação, preços inadequados, canais limitados, obsolescência do produto ou do serviço, posicionamento. Vai ser útil uma observação isenta não apenas da sua proposta de valor, mas principalmente do mercado e de seus processos. Se precisar contrate ajuda antes para apurar a visão, e depois as soluções adequadas. Muito provavelmente elas irão naturalmente incluir as tais “novidades”, e com os parceiros e fornecedores certos você vai embarcar neste novo mundo sem dor, e com todo o proveito. Esse é o caminho.


Em janeiro, deu-se em NY mais uma edição da tradicional NRF (https://nrfbigshow.nrf.com/). Centenas de executivos de todo o mundo migraram para lá, e voltaram cheios de “novidades”. Retail media, saúde recreativa, experiência imersivas de compra em lojas físicas e virtuais, personalização e reciclagem de produtos, identidade das marcas com os indivíduos, IA, ESG, muita integração de dados e canais de venda, e por aí vai. Nem tudo é novo, nem tudo é relevante, nem tudo vem pra ficar, nem tudo está no nosso tempo, mas é importante ter os olhos atentos, e os ouvidos abertos. Não ignorar os sinais, e fazer uma análise objetiva do que cabe no nosso negócio para já, e para um momento próximo. Essa é a atitude correta, entender que estamos em movimento: O tempo não para, e está passando rápido, cada vez mais. Sem qualquer exagero, a novidade de ontem já pode ser o passado de hoje, e a única recomendação é manter a atenção, disponibilidade para as notícias e seletividade para as decisões, sem medo e sem preconceito. Vai dar tudo certo.

Um excelente ano para todos!

Ricardo Daumas

 

@ser.mais.sustentavel

@halimites.sustentabilidade

51 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page