Quero ser verde, e certinho.
- Ricardo Daumas
- 24 de mar. de 2017
- 4 min de leitura

“A hora chegou. A conta de ser uma empresa responsável em todos os aspectos não vai ser cobrada na boca do caixa, mas sim quando precisar do apoio da sociedade para superar os momentos difíceis.”
Ricardo Daumas
Diretor Executivo da SOLU9
Antes de qualquer coisa, perdão pela ausência. A empresa está a toda, felizmente, e assunto não falta, as pautas brotam no meu notebook.
De outubro pra cá o país moveu-se de um ambiente confuso e estagnado para um ambiente confuso e promissor. Estamos resolvendo coisas, ainda de maneira conturbada é verdade, fazendo uso do que temos, com muitas queixas sobre essa ou aquela estrutura, mas estamos nos movendo, e para frente, com a sociedade aprendendo a se mobilizar e a fazer uso das mídias sociais como ferramenta de conscientização, entre erros e acertos. Planos engavetados há décadas no congresso estão sendo votados, reformas importantes, ainda que longe do seu formato original e melhor, estão sendo feitas. É bom, não esqueçamos, é bom sim, e vamos zelar para que seja cada vez melhor.
Em meio a tudo isso está sendo aos poucos desenvolvida uma consciência ética na sociedade. Sim, não duvide. Nós nos acostumamos a viver no país onde tudo vale, e agora estamos começando a acreditar que há uma chance das coisas mudarem, e do mau comportamento de políticos, empresas e, evidentemente, cidadãos, passar a não valer mais tanto a pena assim. Ainda é cedo para celebrar as vitórias, mas estamos num caminho promissor, e esse é um tema integralmente alinhado com a nossa pauta da Nova Economia, no capítulo da Sustentabilidade, essa nova e desconhecida área que parece assombrar a alguns e encantar a outros.
Grande Mudanças, reações parecidas....
Gosto de comparar esse momento da introdução do tema da Sustentabilidade nas empresas e na sociedade com o momento em que a internet começou a se tornar popular no Brasil, algo ali por volta do ano 2000. A curiosidade era geral, a sensação de que aquilo ia transformar o mundo também, e a aflição das empresas em saber como usar as novas práticas nas suas atividades era grande, e em nome disso muita bobagem foi feita. A diferença é que a coisa agora já aconteceu, e pouca gente percebeu. As pessoas e empresas já são vítimas da irresponsabilidade e falta de comprometimento de todos com relação ao meio ambiente e às questões sociais. Nossos mecanismos de gestão pública, em especial no Brasil, são frágeis no que diz respeito ao estímulo das estruturas de equilíbrio da preservação do meio e da qualidade de vida em geral, e a sociedade organizada terá que ser capaz de fazer esse papel, em nome de todos.
Os episódios recentes não deixam dúvidas. As empresas envolvidas em corrupção e, mais recentemente, em processos desastrosos de manuseio de proteína animal, já contabilizam o prejuízo, imagino que algumas sequer terão condição de se manter no mercado com as mesmas marcas. Bem verdade que muita coisa merece ser melhor apresentada, mas o despreparo dessas empresas, todas elas, desde o desastre de Mariana, passando pelas empreiteiras até o recente caso dos frigoríficos, revela dificuldades básicas inclusive de conhecimento dos processos. Empresas com foco em qualidade e no compromisso com o consumidor não podem se envergonhar de vir a público dar explicações e propor soluções, ao contrário, fazem isso com naturalidade pois tem uma relação verdadeira com o consumidor, e confiam na capacidade de reverberar suas mensagens. Isso precisa ser apoiado em ações de comprometimento com os interesses de todos, responsabilidade social, responsabilidade ambiental e dentro de um quadro de viabilidade econômica, o que caracteriza o ambiente de uma empresa dita Sustentável. Evidentemente isso não se constrói de uma hora para outra numa ação de marketing, tem que fazer parte da atitude de gestão de uma empresa, de seus credos, e ser cobrado em todos os ambientes. Quando isso existe o risco de desastres cai muito, e se acontecer deve ser um acidente capaz de ser apresentado como tal, com as devidas explicações e atribuição de responsabilidades, mas é só.
Por consciência disso e pelas mais variadas razões, e apesar de toda novidade, já é grande o número de empresas que integra práticas sustentáveis às suas rotinas, e outras tantas que gostariam de fazê-lo. A maioria delas no entanto ainda enfrenta basicamente 3 dificuldades:
Ouço tanta coisa, quais são as práticas sustentáveis realmente relevantes, e capazes de serem reconhecidas pela sociedade?
Ok, adquiri as tais práticas, mas como falar disso e converter em benefícios sem promover e alardear coisas que todos deveríamos fazer por obrigação?
Como ser mais sustentável e me manter competitivo, num mercado onde sobreviver já é um desafio
São desafios verdadeiros, e que nós da SOLU9 estamos empenhados em ajudar a resolver, com conhecimento de causa. Eles se integram aos demais desafios do varejo, da indústria e do setor de serviços, que compete com ofertas cada vez mais iguais, e com uma necessidade cada vez maior de buscar uma conexão que vá além da satisfação imediata da venda e entrega do produto ou serviço. Nós precisamos ir além, e num universo que demanda de melhoras à nossa volta, nós desejamos fazer parte disso. A opção é essa, e acredite, estamos acostumados a pensar o contrário, mas optar pelo comprometimento com a sociedade pode ser a decisão mais rentável a tomar com relação ao futuro dos seus negócios.
Bom fim de semana pessoal!
Ricardo Daumas
Diretor Executivo da SOLU9



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